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Mostrando postagens de 2012
Caiu. Numa queda lenta, cinza e dolorosa. E quando chegou ao fim, tocou ao chão se partindo, fragmentando, explodindo. Numa dolorosa seção de cores tristes. Cores de dor, tristeza. Cores que tinha por dentro. Porque na verdade o cristal era um espelho. E ninguém nunca sabe o que há, de verdade, por trás de um reflexo.
Aquele sentimento bom de ser uma pessoa única. De saber que possui qualidades e defeitos como todo mundo, mas o jeito como eles se manifestam em mim formam minha personalidade, me dão uma moldagem singular, uma forma de areia, usada uma vez só, por mim. E só por mim. Aquele sentimento bom de me olhar no espelho e saber exatamente quem eu sou. Saber da minha sinceridade comigo mesma, saber que eu me conheço, que eu aprendi a me enxergar e me admirar, e muito, sem idealizações, sem exigir de mim aquela tal de perfeição, que eu consegui perceber que não me faz melhor. O que me completa de verdade é o que eu sou, quem eu sou, como eu me transmito. E o que eu quero é me transmitir pra mim, como um fluxo contínuo, da cabeça pro coração e principalmente o contrário. Eu gosto muito de mim. E é isso que me permite gostar tanto das outras pessoas.

Diálogo Íntimo.

Aí você muda seus conceitos, diz que poesia não é algo tão bonito assim, que a música só serve para iludir uma alma ou fazê-la entrar em um êxtase momentâneo, que não cura, não surte efeito nenhum, não ajuda e que depois que o silencio volta, voltam as mágoas, ressentimentos e dúvidas. Diz que amanhã vai ser igual ao hoje, que depois pode nem fazer tanta diferença assim, que sonhar é para os fracos, que a vida exige de nós atitude e que os sonhadores geralmente caem e, metaforicamente dizendo (já se contradizendo, porque metáfora é figura de linguagem associada aos textos poéticos), quebram o pescoço. Diz também que eu sou fraca, porque acredito nas pessoas, acredito no amanhã, acredito que posso fazer diferente, que vou saber me defender, que, aliás, não vou nem me machucar tanto assim,porque os meus amigos de verdade não vão me ferir e que eu estou completamente enganada, porque vai chegar uma hora que eu vou estar sozinha, sem ninguém, sem sonhos, sem amigos, sem amparo, ferida,...

Do não escrever e nenhuma outra coisa.

O pior é quando a gente não sabe o que escrever e o blog fica abandonado às moscas do não-pensamento. Aquele, indescritível, que não veio parar em letras nítidas e claras, para qualquer um ler, comentar, pensar. Ele às vezes não aparece. O pior é quando o pensamento descrito nem se quer pertuba. Bom seria se o pensamento escrito tirasse o sono. Fosse daquele tão forte, impactante, sincero, claro e firme que chegaria a ser uma afronta a quem lesse. Ou uma acusação. Quase transparente, mas que mete medo. Medo porque torna público, para você mesmo, caro leitor, algo que você nega que pense, saiba ou acredite. Algo que você não sabia que existia em você. O pior é quando isso não acontece. Textos são para acusar, para fazer pensar, para transmitir algo que está escondido faz tempo demais e grita, esperneia, rugi, chora e quer sair, pois sabe que tem força o suficiente, daquela quase sobrenatural, para transformar quem lê. Mas para ser sincera, acho que pior mesmo é quando um texto...